De fato sabemos que vamos morrer, só não sabemos quando, nem como. A morte é o caminho de encontro com nosso Senhor, mas é um encontro (a nossa vontade diz) que pode ser adiado! Não gostamos de falar e nem pensar que isso vai nos acontecer. Mas hoje quero te dizer que essa não é a melhor escolha para si mesmo!
E não é mesmo. Negar que esse dia fará parte da nossa vida e fugir da morte não soluciona o medo que talvez eu e você sintamos, nem impede que isso aconteça conosco. Acredite: pensar no que queremos que aconteça (em relação à nossa morte) nos faz aceitar que um dia também nós vamos morrer.
Se você nunca pensou nisso e não tem ideia do que gostaria que acontecesse na sua morte, talvez seja mais fácil começar pensando no que não quer que aconteça. Por exemplo: as pessoas geralmente não desejam sofrimento, nem que fiquem más lembranças suas ou pendências (coisas inacabadas ou situações mal resolvidas), entre outros…
Quem já viveu uma perda faria o possível pra voltar no tempo, seja para fazer algo que deixou para trás, com essa pessoa; pode ser um abraço, um pedido de desculpas, um “eu te amo”, um último passeio… Quando está enraizada em nós a crença de que podemos sempre fugir da nossa morte, momentos únicos podem passar despercebidos, e paramos pra pensar no que podíamos ter feito ou sido para aquela pessoa somente depois, quando algumas coisas já não são possíveis. Então, por que não pensar em tudo isso antes, para que o morrer seja mais leve?
Sugiro que você pense em duas coisas: primeiro no processo de morrer. O que lhe faria se sentir mais confortável? Alguém conhece seus gostos? Quem você gostaria que lhe acompanhasse? O que é fundamental, que você não pode deixar para outro? O que é preciso organizar? Como estar preparado espiritualmente? Depois, na sua morte, sua ausência. Que tal escolher uma foto para colocar na sua lápide, que as pessoas que forem àquele lugar lembrem de você com saudade e carinho? Pensar no que gostaríamos nos ajuda, além de aceitar que vamos morrer, a nos sentir menos desconfortáveis; e ajuda também aos nossos que ficam, sobre como lidar com esse momento que será de grande dor para eles.
Pense nisso. E não pense com temor, não. Pergunte a si mesmo: “Na minha morte, o que eu quero?”, e continue com “Por esse motivo, na minha vida eu quero…”, e então você entenderá que a morte nos leva à vida: à vida que temos, no que construímos aqui até nosso último dia, na maneira que construímos, com esperança; e à vida eterna, plena, onde não haverá mais preocupações.
Rafaele Pedruzzi Danieli
Comunidade Nos Passos do Mestre