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Suicídio e Misericórdia de Deus

Ah, que dúvida pode pairar nos corações de quem perdeu uma pessoa que tirou a própria vida. Quantas dúvidas podem surgir sobre o que aconteceu depois… Será que essa pessoa está condenada ao inferno? Será que existe alguma chance de ela ter ido para o purgatório?
É verdade que Deus não quer o suicídio, pois Ele é o Senhor da vida, e deixa isso claro desde a narração da criação do mundo no livro do Gênesis. Quando Deus nos concede a vida, nos dá como um presente. E também nos dá a liberdade – assim como a responsabilidade – de cuidar da vida até o fim.
O Catecismo da Igreja Católica (CIC 2280) deixa claro que “cada um é responsável por sua vida diante de Deus, que lha deu e que dela é sempre o único e soberano Senhor”. Hoje a igreja reconhece que “distúrbios psíquicos graves, angústia ou medo da provação, do sofrimento ou da tortura podem diminuir a responsabilidade do suicida” (CIC 2282), uma vez que distorcem a compreensão da realidade, e não lhes permite enxergar a verdade.
São João Maria Vianey, um grande santo da igreja, ao responder o questionamento a uma viúva sobre a condenação eterna do esposo que havia tirado a própria vida, falou que “entre a eternidade e o último suspiro existe um abismo de misericórdia”. E é isso mesmo, Deus é amor! E como nos dizia Santa Teresa d’Ávila “O Senhor nos ama mais do que nós mesmos nos amamos” e, por isso, é capaz de compreender o que há de mais profundo no nosso ser, assim como pode conhecer a real intenção de uma ação, e nos salvar por caminhos que fogem a razão humana.
Tantos pensamentos, dúvidas e dores podem passar pela nossa cabeça e habitar o nosso coração. Nossa missão de interceder por alguém não termina na hora da morte, bem ao contrário, passamos a ter o dever de rezar pela pessoa falecida e sabemos que isso não é pouco, é o possível a ser feito.
A Igreja reza pelos falecidos, e confia à Virgem Maria, Mãe de Deus as almas dos nossos irmãos (e de todos nós) quando pedimos: “Rogai por nós pecadores agora e na hora de nossa morte”. Que o nosso bom Deus, que é amor e pleno em misericórdia, possa ser consolo para todos os que sofrem a perda de uma pessoa que cometeu suicídio.

Gabriela Guzzo
Comunidade Nos Passos do Mestre

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Floresceu uma nova marca

Durante seus 9 anos de existência, a Casa de Escuta passou por muitos momentos até se tornar um trabalho concreto de apoio ao luto. Começamos a atuar em diferentes frentes, e até hoje não tínhamos uma marca que expressasse tudo que somos e realizamos.

Em 2022, colocamos como meta em nosso planejamento o desenvolvimento de uma MARCA NOVA. Pela graça de Deus, e pela ajuda de nossos muitos voluntários e colaboradores, isso aconteceu. E hoje, com muita alegria, queremos apresentá-la a você 😉 Confira a seguir os símbolos que a compõem.

CAMPÂNULA ou FLOR-DE-SINO
Esta flor é relacionada ao luto, às despedidas; mas também, às celebrações. Traz delicadeza e vida.
A flor-de-sino, ou campânula, significa AFETO e ESPERANÇA. Seu longo processo de floração nos remete aos tempos necessários para se viver o luto.

campanula - Casa de escuta

ICHTHUS ou Ichthys
Este símbolo era utilizado pelos primeiros cristãos. A palavra PEIXE, em grego, forma um acróstico com as iniciais de: Jesus Cristo Deus Filho Salvador.
Este símbolo nos lembra a nossa ESSÊNCIA e a nossa MISSÃO.
A missão nasceu do seguimento a Jesus, da Esperança que é o próprio Mestre.
E nossa essência é, com língua de discípulo, CONSOLAR o abatido, levando acolhida, escuta e esperança, como Ele nos ensina, àqueles que nos envia, independente de religião.

ichthus - Casa de escuta

SINO
A função básica do sino é COMUNICAR.
O sino toca marcando as horas, dando ênfase ao TEMPO que passa; ele toca para avisar que a Missa vai começar e, ainda em alguns lugares, há badaladas diferentes significando acontecimentos importantes.
Antigamente também, o sino da paróquia local tocava anunciando que alguém havia falecido.
O sino nos remete ao SAGRADO e nos chama a atenção para o que realmente importa, que é a VIDA ETERNA, nos ajudando a RESSOAR aos corações a consolação que vem de Deus.

sino - Casa de escuta

LÁGRIMA
Sabemos que o choro é comum no processo do luto. A gota de LÁGRIMA, aqui, simboliza a dor da perda e da SAUDADE.
Representada como as pétalas da flor, ressignifica a tristeza transformada em ACOLHIMENTO.
Nós choramos quando nossas EMOÇÕES são demasiado INTENSAS que parecem não caber dentro de nós. Choramos de raiva, de dor, de tristeza. Também de alegria.
Não se sinta inibido por chorar. Essa também é uma forma de expressar que aqueles que partiram foram e são muito amados.

lagrima - Casa de escuta

TRÊS PONTOS
Os TRÊS PONTOS complementam a marca da Casa de Escuta, formando o miolo da câmpanula e o badalo do sino.
Nos remete a Santíssima TRINDADE, Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo.
Também fazem referência aos três companheiros de Jesus aos pés da Cruz, entre eles MARIA MADALENA.

tres pontos - Casa de escuta

Nossa CASA está de cara nova 🏡 E é com MUITA ALEGRIA que te convidamos para conhecê-la!

logo casa de escuta - Casa de escuta

Nossa nova marca FLORESCEU para expressar melhor nossa missão de apoiar quem passa pelo luto, renovando a ESPERANÇA.
Conheça nossa casa!

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Uma grande resposta de esperança

No último dia 15 de agosto, celebramos no mundo inteiro a ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA, data que é celebrada neste domingo no Brasil. Nós que temos como grande motivação da nossa missão LEVAR ESPERANÇA não podíamos deixar de falar desta data. Talvez você tenha chegado aqui pela palavra luto e nunca tenha ouvido falar na palavra Assunção; talvez já tenha ouvido falar, mas não tenha ideia do que se trata, mas, se sabe, pedimos que você ajude a levar a mais pessoas a importância deste grande acontecimento. Mais do que falar da ASSUNÇÃO, queremos falar neste texto também de Nossa Senhora, como a Mãe da Consolação e da Esperança.

Começamos falando então porque ela é Mãe da Esperança e da Consolação. Nossa Senhora foi aquela que acompanhou os passos de Jesus – pelo seu sim, gerou Jesus, Aquele que nos deu a Vida Eterna, sendo por isso, a Mãe da Esperança. Ela acompanhou Jesus até a sua morte de cruz, onde se tornou MÃE DA HUMANIDADE.  Por ela, somos cuidados. Maria, como mãe, não desejou a morte do seu filho, viu ele passar pelo flagelo e crucificação e conheceu o sofrimento de perder um filho, mas permaneceu obediente à vontade de Deus para que, da cruz, Jesus pudesse nos dar VIDA NOVA. Essa Mãe conhece a sua dor e, unido a Ela, você chega à Verdadeira Consolação – seu Filho.

Essa que permaneceu unida à vontade de Deus e acompanhou os passos de Jesus foi elevada ao céu, e a este acontecimento, chamamos ASSUNÇÃO – “…terminado o curso da vida terrena, foi elevada ao céu em corpo e alma e exaltada pelo Senhor como rainha, para assim se conformar mais plenamente com o seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte» (529). A Assunção da santíssima Virgem é uma singular participação na ressurreição do seu Filho e uma antecipação da ressurreição dos outros cristãos.” (CIC 966) Podemos dizer que celebrar a Assunção é celebrar a Esperança, pois Maria, após a ressurreição de seu Filho – Perfeito Homem, Perfeito Deus – é aquela que abre para toda a Humanidade as portas do céu.

É possível que você, que chegou a este texto, seja uma mãe que perdeu um filho e olhando para Nossa Senhora poderá aceitar o seu consolo, apresentar a Ela sua dor e pedir que Ela ensine você a Seguir. Pode ser que você seja um filho que perdeu uma mãe e, no colo dela, poderá encontrar apoio e segurança. Por fim, se você chegou aqui porque diante da morte procura explicações, temos na ASSUNÇÃO, UMA GRANDE RESPOSTA DE ESPERANÇA.

Deise Cristina Padilha
Comunidade Nos Passos do Mestre

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Um dia de cada vez

Hoje eu ouvi essa frase que é tão curtinha e tão clichê, mas que me fez refletir muito…
Ouvi-a num contexto hospitalar. Uma senhora que cuidava sozinha de seu pai internado e, agora, estava internada também. Falamos naquele momento sobre distância dela com seu pai, sobre a necessidade dela forçada a parar com suas responsabilidades cotidianas, sobre não ter escolhas em tudo e até sobre o momento político no qual vivemos.

“O que nos resta então? Viver um dia de cada vez…”

O dia dos pais está chegando, e eu refletia dias atrás sobre quem tem e quem não tem sua figura paterna viva. Quem não tem a oportunidade de ter o pai ao seu lado faria o possível (se fosse possível) para mais um momento juntos. Ou relembra histórias afetivas, ou se corroe pensando no que deveria ter ou não ter feito.

Mas o que mais me fez pensar é nas pessoas que tem seu pai vivo, seja estando perto ou longe. Eu mesma, se meu pai estivesse vivo, será que eu viveria com ele um dia dos pais bem vivido e que não me deixasse sentimental no futuro por não ter aproveitado melhor a companhia dele?

Se o seu dia dos pais é de lembranças e sem a presença física do pai, viva isso “com ele”. Lembre dele. Relembre momentos com ele. Diga a ele (olhe para uma foto) que o ama. Viver um dia de cada vez até chegar o momento do reencontro.

E se você tem seu pai vivo, aproveite para ter boas recordações, momentos inesquecíveis. Não só neste dia e não só com ele. Mas a cada manhã literalmente podemos começar um novo dia, é possível fazer um melhor. Viver o hoje, viver o amanhã, viver um dia de cada vez com quem e o que se tem. Parece simples e pouco, mas faz uma diferença na sua história de vida!


Rafaele Danieli
Comunidade Nos Passos do Mestre

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Data especiais: Como vivê-las após a morte de alguém?

A morte de alguém pode despertar em nós os mais variados sentimentos, e em diferentes intensidades. Algumas pessoas podem ter a sensação de que “o mundo para”, ou de que “tudo foi perdido”, mas depois de um tempo, se confrontam com a realidade de que “a vida continua”.

Sim, a vida não parou. Você continua vivo, mesmo na ausência de alguém querido por você. Aos poucos, você precisará voltar às suas atividades, ou criar atividades novas; precisará viver seu dia a dia.

Virando as folhas de um calendário, chegarão datas que gostaríamos que deixassem de existir, datas especiais que nos fazem voltar no tempo. Quanta vontade temos de fugir dessas datas…

Na verdade, a fuga não é das datas ou das lembranças que retornam, mas das dores que ainda existem e estão escondidas. Enquanto as dores forem escondidas e sufocadas, sempre fugiremos de situações que possam gerar confronto, mesmo que as datas passem e se repitam.

Relembrar a pessoa, não é errado. Sentir sua falta, ter dias de maior tristeza, não é errado. Viver os dias e as datas comemorativas com alegria, também não é.

O que você pode, tem condições e quer fazer nas próximas datas comemorativas sem seu ente querido? Seja livre naquilo que seu coração pedir, observando sempre o que você tem condições de oferecer. 

Pode ser um dia de emoções, de lágrimas. Também pode ser um dia de relembrar a companhia fazendo algo de que ele gostava ou que era costume. Da mesma forma, falar com conhecidos, lembrar de boas histórias, qualidades dessa pessoa, pode ser uma opção. Manter tradições como forma de homenagear, também pode ser uma escolha. Fazer uma visita ao túmulo. Fazer uma prece. Reafirmar o amor que você ainda sente (e sempre sentirá) por essa pessoa. Há muitas formas de viver essas datas comemorativas.

Uma lembrança, por mais simples que pareça, já dará um sentido para seu dia. Aproveite algum elo que ligava você a essa pessoa. Descubra uma forma, a sua forma, de torná-la presente nas suas atitudes, na sua memória, no seu amor.

Rafaele Danieli

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O Céu Existe?

Provavelmente, se você está procurando sobre a existência do Céu e da Vida Eterna, é porque conhece alguém que faleceu, ou porque está passando por uma situação que o faz questionar se depois desta vida tudo acaba. O que acontece após a morte? Para onde vamos? Quando acaba definitivamente o sofrimento? Encontraremos quem partiu antes de nós? E por aí seguem as dúvidas que a internet não responde.

A busca por estas respostas mexe com algo muito profundo que trazemos dentro de nós, fala sobre a necessidade de algo que complete a vida que temos hoje, que dê sentido até mesmo à nossa própria morte.

Está aqui um dos primeiros sinais de que o Céu existe: a sede em descobri-lo já é um sinal! E que vai além de uma simples curiosidade, é como buscar algo que ainda não conhecemos, mas que, de alguma forma, se encaixa e completa o significado da nossa vida. Se esta procura fosse movida apenas por curiosidade, ela logo passaria tendo ou não resposta, mas, ao contrário, a procura não se esgota, justamente porque o alvo da nossa procura, o próprio Céu, faz parte do que somos feitos para encontrar!

Sim, somos feitos para encontrar o Céu! Dentre tantas coisas e realizações que conquistamos ao longo do tempo, chegar ao Céu é a maior realização de todas, porque é o sentido de vivermos, é a meta de chegada e, ao mesmo tempo, não é o fim.

A inquietação com este mundo, a busca por algo maior, a insatisfação com a ideia de que ao morrermos tudo se acabará, tudo isto são sinais de que no fundo do coração sabemos que fomos marcados por Deus para alcançarmos o Céu.

E é o Céu esta garantia que Deus nos dá. Garantia de uma vida que não acaba, que não se esgota; garantia de um Amor que não deixa de existir, porque é o Amor do próprio Deus por cada um de nós. Nós não findamos com a morte, porque uma vida gerada pelo Amor que é Deus, é vida que não se acaba, é Vida Eterna.

E o que acontecerá no Céu? Bem, aí tudo o que sabemos é que, além de ser Vida Eterna, Vida com Deus, é que lá já não teremos nem sofrimentos, nem luto, nem dor. Os demais “detalhes” iremos desvendar pessoalmente, cada um ao seu tempo. Mas, com certeza, vale a pena acreditar em algo que vale tanto a pena esperar!

Maria Luiza

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Homens também sentem suas perdas

E os homens: precisam ser fortes ou podem chorar?

Falaremos aqui de homem para homem. Mas as damas que queiram, fiquem à vontade para ler e, despretensiosamente, enviar este texto para aquele machão que segura suas emoções.

Já ouviste a expressão “homem não chora”, né? Tenho certeza que sim. Talvez tenha sido zoeira dos amigos, mas também pode ter sido uma dura cobrança dos familiares. O fato é que estas três palavras, assim como tantas outras, nos marcaram profundamente. Falo que nos marcaram, pois esse conceito do ser macho está intrínseco na nossa cultura. Tornou-se comum. Vem desde os primórdios da sociedade essa ideia de que o homem precisa ser sempre forte, até meio insensível, o solucionador de problemas que não demonstra fraqueza; fala de tudo que é externo, mas raramente permite falar de si. Mas já te digo assim, “na lata”: todo o homem é macho, mas nem todo macho é homem. Pois que homem consegue ser sempre assim? Até Jesus, que para nós é modelo perfeito de homem, chorou.

Amigo, talvez tu não sejas muito de falar e, quando falas, seja sobre futebol, política, trabalho, um bocado de outras coisas, tudo!, mas não dos teus sentimentos. Falar o que sente e demonstrar emoções não te faz menos homem, ao contrário: afirmam que existe uma forma masculina de viver nossa realidade humana, pois super-homens só existem na ficção. Lágrimas não tem sexo. Acreditar que nós homens não podemos chorar é negar nossa afetividade. Somos seres de afeto! Temos afeição por nós mesmos e pelo próximo. Podemos chorar de alegria e de tanto rir; deixamos escapar algumas lágrimas quando encantados com a beleza de uma música ou diante da lembrança que dá saudades; também choramos de raiva, de tristeza, de dor.

Diversos motivos nos fazem chorar, o que não quer dizer que choraremos o tempo inteiro. Mas em momentos que o coração aperta, que a angústia toma conta, e já não sou de falar o que sinto, mas dá aquele nó na garganta e estou para explodir, por que segurar tudo isso dentro do peito se as lágrimas lavam a alma?

Homens têm sentimentos e não há mal algum em expressá-los. Também sentimos nossas perdas. Também nos dói quando uma pessoa que amamos morre. Não choraremos para sempre, mas naquele momento diante da notícia trágica, ou durante o velório, até mesmo dias/meses depois quando a saudade bate, por que teimamos em querer parecer fortes e trancamos dentro de nós sentimentos que, quando externalizados e elaborados, nos trazem alívio e até consolo? Repito, não há mal algum em demonstrar que estás triste; conversar com alguém, falar como se sente, contar o quanto a pessoa faz falta e como dói sua ausência podem nos trazer paz, pois, ao mesmo tempo que honramos a memória de quem nos deixou, vamos pondo “pra fora” as tristezas que nos pesam e vamos reorganizando os sentimentos e as boas lembranças.

Talvez tu tenhas lido até aqui e ainda estejas relutante em falar e trazer à tona sentimentos difíceis, mas o que escrevi traz um pouco de mim: experiência de um cara que cresceu bastante sentimental, mas sempre quis cuidar dos outros, ignorando o que sentia, pois não podia perder a pose de “protetor” de todos, eu tinha que ser sempre forte. Até me esgotar. E daí não conseguir mais dar conta dos outros e nem de mim mesmo, e ter que reaprender, agora de uma forma mais assertiva, a ser “homem de verdade”. Perdas fazem parte da vida. E partilho contigo que, quando minha filha faleceu, chorei. Chorei muito. Chorei a dor da minha esposa e a minha própria dor com a ausência da nossa pequena Catarina. Eu falava com as pessoas sobre como estava me sentindo e como ainda doía. Por isso te digo: chorar alivia e falar cura.

Guilherme Teixeira

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A despedida que faltou

Não pude me despedir, e agora? 

Vivenciamos tempos difíceis. Muitos têm passado pela experiência do luto sem poder se despedir de seus entes queridos. Para aquele que fica, também fica a sensação de que faltou algo, que deixou de cumprir uma obrigação. Nos perguntamos, talvez, o que faltou: uma última palavra, um olhar ou um pedido de perdão. Essa falta pode causar em nós aflição tão grande que nos faz esquecer da infinita misericórdia de Deus. Ele nunca fica indiferente à nossa dor. Por isso, para nós católicos sempre é tempo de transformar essa palavra que faltou em oração. 

A fé católica nos ensina que Deus nos chama desta vida para viver na eternidade com Ele. Somos chamados a viver no céu, na presença de Deus. Essa é a maior felicidade que o ser humano pode experimentar. E, feliz ao contemplar o próprio Deus, eles podem pedir por aqueles que ficaram, interceder por eles. E, nós aqui na terra rezamos por eles, para que se estão no purgatório possam chegar mais rápido na presença de Deus. Nos unimos em oração. Quando assim fazemos, colocamos tudo o que faltou no lugar certo, e esse lugar é diante de Deus. 

A Santa Igreja elegeu a segunda-feira para a oração aos falecidos. Neste dia, rezamos juntos com toda a Igreja em oração. Mas, se a saudade é grande, tire uns minutos diários para a oração. Não deixe de rezar a oração do terço e suplicar indulgências para o seu ente querido. Ensina-nos a tradição que as almas devotas de Maria são recebidas por ela no céu.

Luiz Carlos Camargo

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Luto sem nome: como superar a perda de um filho?

Toda perda é um momento difícil. A morte de um ente querido nos trás muitos questionamentos sem resposta. Quando perdemos alguém muito próximo, como um filho, isso tudo vem com mais intensidade ainda. Não é difícil de entender porque perdemos o rumo da vida nessas circunstâncias. 

Alguns perguntam: como posso superar essa perda? Como viver assim? Como seguir em frente? Talvez, se substituirmos a palavra superar por viver, encontremos uma resposta. Aqui não se trata mesmo de superar algo, porque o luto realmente existe, a dor é real e a perda concreta. 

Sabendo que a vida é um dom que recebemos, só encontramos o verdadeiro sentido do nosso luto em Deus. Nossa dor só pode ser consolada por aquele que é o Verdadeiro Consolo. Em momentos como esse, costumamos não ver as coisas que estão bem à nossa frente e, por mais que alguém nos mostre, não enxergamos. Por isso, é tão difícil a nós que perdemos alguém ver a mão do Senhor a nos consolar todos os dias. 

Assim como a dor de quem perde é real, o consolo do Mestre também o é. Ele usa de muitos instrumentos para consolar: às vezes um amigo, um texto edificante ou até mesmo uma mensagem no celular. O importante é saber que não estamos sós em nosso luto. Sozinhos temos a tendência de paralisar na dor e acabar vivendo um ciclo sem fim. 

Conta o Evangelho de Marcos que o Mestre pregava em uma casa com tal multidão que não se podia entrar. Quatro homens desceram então pelo telhado um amigo paralítico para que o Senhor o curasse. O Mestre admirou-se do esforço daqueles homens e curou o paralítico. Às vezes precisamos da ajuda de amigos que nos levem até a cura. Isso pode se dar através de uma conversa, uma oração, um aconselhamento ou simplesmente um desabafo. Em tudo isso, o Senhor nos consola, e em muitas outras situações. Deixa que o Senhor te console!

Luiz Carlos Camargo