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Floresceu uma nova marca

Durante seus 9 anos de existência, a Casa de Escuta passou por muitos momentos até se tornar um trabalho concreto de apoio ao luto. Começamos a atuar em diferentes frentes, e até hoje não tínhamos uma marca que expressasse tudo que somos e realizamos.

Em 2022, colocamos como meta em nosso planejamento o desenvolvimento de uma MARCA NOVA. Pela graça de Deus, e pela ajuda de nossos muitos voluntários e colaboradores, isso aconteceu. E hoje, com muita alegria, queremos apresentá-la a você 😉 Confira a seguir os símbolos que a compõem.

CAMPÂNULA ou FLOR-DE-SINO
Esta flor é relacionada ao luto, às despedidas; mas também, às celebrações. Traz delicadeza e vida.
A flor-de-sino, ou campânula, significa AFETO e ESPERANÇA. Seu longo processo de floração nos remete aos tempos necessários para se viver o luto.

campanula - Casa de escuta

ICHTHUS ou Ichthys
Este símbolo era utilizado pelos primeiros cristãos. A palavra PEIXE, em grego, forma um acróstico com as iniciais de: Jesus Cristo Deus Filho Salvador.
Este símbolo nos lembra a nossa ESSÊNCIA e a nossa MISSÃO.
A missão nasceu do seguimento a Jesus, da Esperança que é o próprio Mestre.
E nossa essência é, com língua de discípulo, CONSOLAR o abatido, levando acolhida, escuta e esperança, como Ele nos ensina, àqueles que nos envia, independente de religião.

ichthus - Casa de escuta

SINO
A função básica do sino é COMUNICAR.
O sino toca marcando as horas, dando ênfase ao TEMPO que passa; ele toca para avisar que a Missa vai começar e, ainda em alguns lugares, há badaladas diferentes significando acontecimentos importantes.
Antigamente também, o sino da paróquia local tocava anunciando que alguém havia falecido.
O sino nos remete ao SAGRADO e nos chama a atenção para o que realmente importa, que é a VIDA ETERNA, nos ajudando a RESSOAR aos corações a consolação que vem de Deus.

sino - Casa de escuta

LÁGRIMA
Sabemos que o choro é comum no processo do luto. A gota de LÁGRIMA, aqui, simboliza a dor da perda e da SAUDADE.
Representada como as pétalas da flor, ressignifica a tristeza transformada em ACOLHIMENTO.
Nós choramos quando nossas EMOÇÕES são demasiado INTENSAS que parecem não caber dentro de nós. Choramos de raiva, de dor, de tristeza. Também de alegria.
Não se sinta inibido por chorar. Essa também é uma forma de expressar que aqueles que partiram foram e são muito amados.

lagrima - Casa de escuta

TRÊS PONTOS
Os TRÊS PONTOS complementam a marca da Casa de Escuta, formando o miolo da câmpanula e o badalo do sino.
Nos remete a Santíssima TRINDADE, Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo.
Também fazem referência aos três companheiros de Jesus aos pés da Cruz, entre eles MARIA MADALENA.

tres pontos - Casa de escuta

Nossa CASA está de cara nova 🏡 E é com MUITA ALEGRIA que te convidamos para conhecê-la!

logo casa de escuta - Casa de escuta

Nossa nova marca FLORESCEU para expressar melhor nossa missão de apoiar quem passa pelo luto, renovando a ESPERANÇA.
Conheça nossa casa!

manto de maria

Uma grande resposta de esperança

No último dia 15 de agosto, celebramos no mundo inteiro a ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA, data que é celebrada neste domingo no Brasil. Nós que temos como grande motivação da nossa missão LEVAR ESPERANÇA não podíamos deixar de falar desta data. Talvez você tenha chegado aqui pela palavra luto e nunca tenha ouvido falar na palavra Assunção; talvez já tenha ouvido falar, mas não tenha ideia do que se trata, mas, se sabe, pedimos que você ajude a levar a mais pessoas a importância deste grande acontecimento. Mais do que falar da ASSUNÇÃO, queremos falar neste texto também de Nossa Senhora, como a Mãe da Consolação e da Esperança.

Começamos falando então porque ela é Mãe da Esperança e da Consolação. Nossa Senhora foi aquela que acompanhou os passos de Jesus – pelo seu sim, gerou Jesus, Aquele que nos deu a Vida Eterna, sendo por isso, a Mãe da Esperança. Ela acompanhou Jesus até a sua morte de cruz, onde se tornou MÃE DA HUMANIDADE.  Por ela, somos cuidados. Maria, como mãe, não desejou a morte do seu filho, viu ele passar pelo flagelo e crucificação e conheceu o sofrimento de perder um filho, mas permaneceu obediente à vontade de Deus para que, da cruz, Jesus pudesse nos dar VIDA NOVA. Essa Mãe conhece a sua dor e, unido a Ela, você chega à Verdadeira Consolação – seu Filho.

Essa que permaneceu unida à vontade de Deus e acompanhou os passos de Jesus foi elevada ao céu, e a este acontecimento, chamamos ASSUNÇÃO – “…terminado o curso da vida terrena, foi elevada ao céu em corpo e alma e exaltada pelo Senhor como rainha, para assim se conformar mais plenamente com o seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte» (529). A Assunção da santíssima Virgem é uma singular participação na ressurreição do seu Filho e uma antecipação da ressurreição dos outros cristãos.” (CIC 966) Podemos dizer que celebrar a Assunção é celebrar a Esperança, pois Maria, após a ressurreição de seu Filho – Perfeito Homem, Perfeito Deus – é aquela que abre para toda a Humanidade as portas do céu.

É possível que você, que chegou a este texto, seja uma mãe que perdeu um filho e olhando para Nossa Senhora poderá aceitar o seu consolo, apresentar a Ela sua dor e pedir que Ela ensine você a Seguir. Pode ser que você seja um filho que perdeu uma mãe e, no colo dela, poderá encontrar apoio e segurança. Por fim, se você chegou aqui porque diante da morte procura explicações, temos na ASSUNÇÃO, UMA GRANDE RESPOSTA DE ESPERANÇA.

Deise Cristina Padilha
Comunidade Nos Passos do Mestre

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A ressurreição de Jesus: o maior de todos os acontecimentos

A fé cristã é baseada na Pessoa de Jesus Cristo, nascido da Virgem Maria por meio da providência de Deus Pai. Deus se fez homem igual a nós em tudo, menos na inclinação para o mal. Jesus nasceu e conviveu em meio aos homens, eis o mistério da encarnação. Acolhendo o plano do Pai, obedeceu e fez de sua vida uma oferta até a morte em uma cruz, eis o mistério da Paixão. Tudo isso já é extraordinariamente superior ao conhecimento humano, porém, Deus Pai ressuscita Jesus dentre os mortos para uma vida plena que não tem mais fim – mistério da ressurreição.

Deus não só existiu entre nós em Jesus com um corpo físico, mas ressuscitou esse corpo em sua glória, abrindo assim a possibilidade de que todos aqueles que creem nele possam também ser ressuscitados um dia por Ele. Por isso podemos afirmar que Deus não só existiu e sim que está vivo no meio de nós. A ressurreição também não foi um acontecimento no tempo para aquelas pessoas que testemunharam o túmulo vazio como Maria Madalena, Pedro e João; ou para aqueles discípulos que voltavam para Emaús abatidos porque tudo tinha acabado com a morte do Mestre. Jesus está ressuscitado hoje, para sempre.

“Falamos frequentemente que Jesus morreu por nossos pecados, o que está absolutamente correto. Pouco falamos que ressuscitou por amor a cada um de nós, porque sua misericórdia é eterna e é capaz do impossível para salvar a humanidade.”

Falamos frequentemente que Jesus morreu por nossos pecados, o que está absolutamente correto. Pouco falamos que ressuscitou por amor a cada um de nós, porque sua misericórdia é eterna e é capaz do impossível para salvar a humanidade. A ressurreição é o acontecimento que nos mantém alegres na esperança como o apóstolo Paulo escreveu na carta aos Hebreus (Hb 12,12). Com sua ressurreição, Ele nos diz que a vida não termina com a morte pois Ele venceu-a abrindo o caminho para a eternidade: a vida eterna.

Viemos de Deus, fomos criados por Deus e peregrinamos nessa terra repleta de dores e sofrimentos, pecados e variadas expressões do mal dentro do coração humano. Dentro desse mesmo coração, foi plantada a semente da eternidade, do amor pleno. Aqueles que centram sua vida terrena em Jesus Cristo, tornando-se seus discípulos através da obediência e semelhança a Ele, alcançarão a ressurreição no dia final.

A ressurreição não é acidental e sim o fundamento central da fé cristã. Sem a crença na ressurreição a fé se esvazia de sentido, torna-se parcial, limitada, finita. “A fé é a certeza daquilo que ainda se espera” (Hb 11,1). Nascemos para coisas ainda maiores das que temos oportunidade de conhecer nessa vida, nascemos para uma vida eterna em Deus! A fé sem esperança não tem sentido, é fé sem objeto, desemboca no vazio, encontra-se exposta à ruína e, finalmente morre. A fé é uma antecipação da vida eterna em nós, isto é, mediante a fé podemos viver já, em forma de desejo, estas mesmas coisas que esperamos conseguir um dia com plena realidade.

“Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus; aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres. Pois vós morrestes, e a vossa vida está escondida, com Cristo, em Deus. Quando Cristo, vossa vida, aparecer em seu triunfo, então vós aparecereis também com ele, revestidos de glória.” (Cl 3, 1-4)

Ricardo Martins

Comunidade Nos Passos do Mestre

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Como saber se existe algo após a morte?

Existe vida após a morte? Essa é uma das perguntas que o ser humano se faz desde os tempos mais primitivos. Muitas respostas poderiam ser dadas a essa pergunta, conforme o entendimento que as pessoas têm de sua fé ou até mesmo se não tem uma fé. Mas, se você aceitar uma resposta cristã para essa pergunta, digo-lhe que sim, existe vida após a morte. E como podemos ter essa certeza? Essa resposta é simples e complicada ao mesmo tempo.

    Posso dizer que é uma resposta simples, porque se você tem uma fé cristã e mais precisamente ainda católica, já ouviu falar que Jesus Cristo veio o mundo e morreu pregado numa cruz. E, se uma vez você se perguntou o porquê isso aconteceu, foi justamente para dizer ao mundo, que a verdadeira vida não é essa que você vive, mas sim a vida após a morte. Ele disse claramente: “pois Deus amou tanto o mundo, que entregou o seu Filho único, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha vida eterna”. É o próprio Senhor da vida que responde.

    Pode ser mais complicado se você não tem a fé cristã, porque suas referências de vida são outras: tudo que é palpável. Mas, se o seu significado de vida é só o que você vê de concreto, sua existência termina com a morte. Porém, Deus é tão bom para o ser humano que colocou dentro da sua consciência o sentido da verdadeira existência. É o que não deixa você ficar satisfeito com a resposta de uma vida material. É como se algo dentro de você dissesse que não foi feito para viver apenas 60, 70 ou 80 anos, e sim eternamente.

    Para deixar mais claro, Jesus fez questão de demonstrar que a morte não é nada mais do que um fenômeno natural, de uma vida natural, mas não é o fim de tudo. Por isso ele ressuscitou seu amigo Lázaro e outros que já cheiravam mal dentro do túmulo. É claro que eles tornaram a morrer quando chegou a hora, porque temos que passar pela morte, para alcançar a verdadeira Vida.

    Talvez, você ainda tenha dúvidas de que há vida após a morte e isso é natural, porque muitas pessoas vivem a vida como se não existisse nada mais do que alguns anos para nós, e depois, um túmulo frio e escuro. Por isso, o próprio Jesus deixou-nos a maior prova da vida futura: Sua Ressurreição. Para provar que existe algo além do que vemos aqui, Ele morreu da pior forma que um ser humano podia morrer e ressuscitou ao terceiro dia. Tudo isso para mostrar que Ele é o Senhor também da morte.

    Na verdade a resposta correta é sempre a resposta de Deus, a de que você foi feito para viver eternamente e essa vida que você conhece é apenas um momento na eternidade de Deus. Então, se você sente saudades de alguém que já não está entre nós, lembre-se disso: tudo muda quando vemos a morte sob o olhar de Deus. 

Por tudo isso, não tente entender a vida como os homens a vêem, porque não achará nada de significativo. Só Deus dá significado à vida.

Luiz Carlos Camargo
Comunidade Nos Passos do Mestre

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Existe uma forma de se preparar para a morte?

Em algum momento podemos nos deparar com essa pergunta, por vários motivos que nos fazem refletir sobre a nossa própria existência. Mas afinal, há uma fórmula de vida ideal ou devo viver a minha vida esperando o meu destino? Nem uma, nem outra. Na verdade, a resposta não é tão importante quanto fazer-se a pergunta certa. 

Se você deseja uma resposta pronta sobre como se preparar para a morte não vai encontrar facilmente, porque essa resposta depende de quem vive e faz a pergunta. Isso porque vivemos realidades diferentes de vida em uma sociedade que tem como base o significado material das coisas. E, levando em consideração que a morte não é o fim da existência do homem, a verdadeira pergunta a se fazer é: estou me preparando para a vida eterna?

Esta sim é uma pergunta que vale uma boa resposta, ou pode-se dizer que vale uma vida. E ela tem mais sentido quando você liga a resposta à vida em Deus. É como alguém que se prepara para uma longa viagem, só de ida, para um país distante. E vai colocando na mala seus pertences. O viajante sabe que não vai conseguir levar sua vida inteira na mala, então coloca o mais importante: as lembranças do que viveu, aquilo que crê e quem ele é. 

Assim é a nossa preparação para a morte. Deus nos dá uma vida de oportunidades para fazer o bem e amar o próximo, sabendo que o dia da partida chegará. Não se sabe quando alguém vai bater à nossa porta e dizer: teu transporte chegou. Será que minha mala está pronta? Será que já coloquei nela tudo que desejaria levar na viagem? 

Tudo isto para dizer que preparar-se para a morte é viver como se hoje fosse o seu último dia. Porque se fosse, esse seria o dia mais bem vivido da sua vida. Como a maioria das pessoas não pensa assim, quando chegam na hora de sua morte sentem-se perdidas, às vezes com remorso, percebendo que poderiam ter agido de forma diferente e melhor com o seu semelhante.

Para que ninguém passe a vida sem a oportunidade de se preparar para a hora da morte, Jesus nos deixou seus ensinamentos e mostrou-nos como agir e viver segundo a vontade de Deus. Não há porque duvidar: todos tem o bilhete comprado para essa viagem, mas ninguém sabe o dia. O próprio Mestre disse claramente: “Atenção e vigiai, pois não sabeis quando será o momento”.

Preparar-se bem é, sobretudo, estar atento ao chamado de Deus para uma vida digna, uma vida de santidade. Porque Ele nos quer por inteiro no seu Reino de Amor. Não podemos nos apresentar na presença de Deus indignamente, por isso cada minuto desta vida é uma oportunidade de sermos melhores que o Senhor nos dá. 

Estejamos preparados para o dia em que ele vier nos chamar para a grande viagem.  

Luiz Carlos Camargo
Comunidade Nos Passos do Mestre

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E se eu sofrer antes da morte?

Você já deve ter ouvido alguém falar coisas do tipo “eu queria morrer dormindo, sem dor”, ou ainda, “eu queria morrer de acidente, algo que me matasse na hora, sem sentir nada”. No fundo, ninguém quer sentir dor, não quer esse sofrimento que por si só a morte já desperta. Mas, e se você tiver que sofrer antes da morte?

Vamos por partes. Afinal, o que é o sofrimento? Fazendo uma busca sobre o significado dessa palavra, encontramos essa definição: “ação ou efeito de sofrer, de sentir dor física ou moral”. O sofrimento, nessa perspectiva, pode estar associado a dor que se sente por uma doença que está levando a morte, ou ainda, a dor mais profunda de não querer interromper essa vida terrestre, os planos que não foram concretizados, de não ver sentido para o fim dessa vida.

São João Paulo II, na carta apostólica Salvifici Dolores, apresenta o sentido cristão do sofrimento humano, o seu valor salvífico. Ele se usa das palavras de São Paulo na sua carta aos Colossensses: “completo na minha carne o que falta aos sofrimentos de Cristo pelo seu corpo, que é a Igreja” Col 1, 24, e nos leva a compreender que o sofrimento além de seu aspecto humano, também compreende uma dimensão sobrenatural. Se por um lado o sofrimento de estar morrendo, me leva a aceitar minha humanidade finita, minhas limitações, e até abrir meus olhos para o que realmente importa, por outro lado, me une mais intimamente com o mistério de salvação que pendeu da cruz.

E a morte, o que é? Segundo o documento Gaudium et Spes, fruto do Concílio Vaticano II “É diante da morte que o enigma da condição humana atinge o seu ponto mais alto” (GS 18). O Criador não nos fez para a morte, mas pelo pecado original ela se tornou uma realidade. Ao contar nossa vida pelo tempo cronológico, em que nascemos, crescemos, envelhecemos, parece até bem natural que o nosso fim seja a morte, mas ela é o fim da nossa vida terrestre, e foi totalmente transformada pela morte de Jesus, que nos abriu a possibilidade da vida eterna.

Assim nos diz São Paulo em sua carta aos Romanos: “Se morremos com Cristo, temos fé que também viveremos com ele” Rm 6,8. Também nós podemos crer que ao unirmos o nosso sofrimento ao dEle no fim da nossa vida terrestre, daremos o verdadeiro sentido para o sofrer na morte, a salvação, e colocando nossa esperança no que virá.

Gabriela Guzzo
Comunidade Nos Passos do Mestre

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Você está preparado para morrer?

Dito assim, no seco, assusta, não é mesmo? Até parece uma ameaça. Talvez teu primeiro pensamento tenha sido que estou te rogando uma praga. Mas não. Pensar sobre a morte é importante, principalmente sobre a nossa própria. Algumas ordens monásticas cumprimentavam-se com a expressão latina memento mori, traduzida como “lembra-te que vais morrer”. A experiência que temos com a morte ao longo da vida é sempre com a do outro, não com a nossa. Mas podemos nos preparar. Pois, se tu ainda não tinhas pensado nisso, eis um fato incontestável: tu vais morrer. Calma! Não digo que seja agora, mas em algum momento o fim chegará e é bom que estejamos prontos. Não tenhas medo de pensar sobre isso. Essa reflexão fará bem para ti, para mim e para aqueles que amamos e ficarão aqui.

Quando a pessoa já sabe que vai morrer – e aqui serei bem genérico mesmo, pois cada vida é única e as pessoas reagem de formas diversas – seja por doença, velhice ou qualquer outra forma como a morte se apresente, ela geralmente segue um desses caminhos: quer bem aproveitar o tempo que lhe resta, ou se desespera e cai em uma profunda tristeza (sim, eu avisei que seria bastante genérico). A morte é dar-se conta da nossa finitude. Alguns indivíduos perdem a esperança e sofrem além do necessário, tornando seus últimos dias pesados e tormentosos para si mesmos e para aqueles que querem poder ajudá-los. Outros ressignificam suas vidas até o momento atual e buscam um novo sentido, querem se reconectar consigo e com os próximos a si; é momento propício para o perdão, para aliviar a consciência e preparar a alma para o encontro definitivo; é para aqueles que sabem que a morte não é inimiga e a acolhem como boa irmã, como a chamava São Francisco de Assis.

Mas e quando a morte é inesperada? Quando não há tempo para receber a unção dos enfermos, ou para um último desejo? Antes de tentar responder estas questões, é válido lembrar que estou falando contigo crendo que a morte não é de fato o fim, mas o início. Caminhamos nesta terra preparando-nos para a morada eterna. E, por isso, é bom lembrar as palavras de Jesus: “estejais vigilantes, pois não sabeis o dia e nem a hora”. Se nos esquecermos de que um dia a morte virá, sempre deixaremos as coisas para amanhã. E justamente por não termos esse conhecimento do dia e da hora, estamos aqui buscando a via para bem aceitarmos a morte, confiantes de que quando ela vier será conforme a vontade de Deus e estaremos preparados para encontrá-la. Levar uma vida reta, virtuosa e sincera, procurar estar com a confissão em dia, reconciliar-se perdoando e pedindo perdão, ser ordenado com as responsabilidades financeiras, deixar acordado com alguém como proceder post mortem (velório, enterro, testamento); tudo isso trará maior paz na hora da morte.

Talvez agora estejas pensando: “se eu me preparar bem, enfrentarei a morte sem medo”. O medo é humano. Às vezes, é justo o medo da morte que nos move para a mudança. Outras vezes, não tememos a morte, mas tememos o sofrimento que a precede. É bem verdade que talvez o sofrimento também esteja presente na hora da morte, mas te convido a encará-lo também como uma preparação: a purificação que dá sentido para, oxalá, chegarmos à vida nova junto aos santos. Coragem e esperança! Que o medo não te paralise, mas sim, te impulsione para que confies na misericórdia do Senhor, ansiando pela Vida Eterna. Repito: coragem e esperança! Pois, parafraseando Ana Cláudia Quintana Arantes, a morte é um dia que vale a pena viver!

Guilherme Teixeira
Comunidade Nos Passos do Mestre

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O Céu Existe?

Provavelmente, se você está procurando sobre a existência do Céu e da Vida Eterna, é porque conhece alguém que faleceu, ou porque está passando por uma situação que o faz questionar se depois desta vida tudo acaba. O que acontece após a morte? Para onde vamos? Quando acaba definitivamente o sofrimento? Encontraremos quem partiu antes de nós? E por aí seguem as dúvidas que a internet não responde.

A busca por estas respostas mexe com algo muito profundo que trazemos dentro de nós, fala sobre a necessidade de algo que complete a vida que temos hoje, que dê sentido até mesmo à nossa própria morte.

Está aqui um dos primeiros sinais de que o Céu existe: a sede em descobri-lo já é um sinal! E que vai além de uma simples curiosidade, é como buscar algo que ainda não conhecemos, mas que, de alguma forma, se encaixa e completa o significado da nossa vida. Se esta procura fosse movida apenas por curiosidade, ela logo passaria tendo ou não resposta, mas, ao contrário, a procura não se esgota, justamente porque o alvo da nossa procura, o próprio Céu, faz parte do que somos feitos para encontrar!

Sim, somos feitos para encontrar o Céu! Dentre tantas coisas e realizações que conquistamos ao longo do tempo, chegar ao Céu é a maior realização de todas, porque é o sentido de vivermos, é a meta de chegada e, ao mesmo tempo, não é o fim.

A inquietação com este mundo, a busca por algo maior, a insatisfação com a ideia de que ao morrermos tudo se acabará, tudo isto são sinais de que no fundo do coração sabemos que fomos marcados por Deus para alcançarmos o Céu.

E é o Céu esta garantia que Deus nos dá. Garantia de uma vida que não acaba, que não se esgota; garantia de um Amor que não deixa de existir, porque é o Amor do próprio Deus por cada um de nós. Nós não findamos com a morte, porque uma vida gerada pelo Amor que é Deus, é vida que não se acaba, é Vida Eterna.

E o que acontecerá no Céu? Bem, aí tudo o que sabemos é que, além de ser Vida Eterna, Vida com Deus, é que lá já não teremos nem sofrimentos, nem luto, nem dor. Os demais “detalhes” iremos desvendar pessoalmente, cada um ao seu tempo. Mas, com certeza, vale a pena acreditar em algo que vale tanto a pena esperar!

Maria Luiza

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O que realmente importa no fim

Uma reflexão sobre atenção no fim da vida e cuidados paliativos

Você está diante de uma pessoa muito querida para você, ela está enferma, e alguém lhe diz que a morte dela está se aproximando. Depois do susto de receber essa notícia, o que você mais vai querer é fazer algo por essa pessoa, não é mesmo? E o que é o melhor a ser feito?

Antes de tudo, não queira esconder seus próprios sentimentos ou limitações. Pode ser difícil pra você, e é importante reconhecer isso. Para ajudar alguém, você precisa primeiro ter condições de o fazer e, nesse momento, vale também buscar apoio no que for melhor para todos!

Agora voltemos ao centro de nossa reflexão: a pessoa que está em fim de vida. O que realmente importa a ela?

Não há uma resposta perfeita e eficaz, nem manual com indicações de “atos bem sucedidos”, porque é uma vivência muito pessoal. As vontades e importâncias, valores e desejos, são todos pessoais. 

Às vezes o que achamos que seria o melhor para o outro, na verdade não é. Por exemplo, a falta de apetite. Pode ser muito estressante para o enfermo que as pessoas ao seu redor insistam que ele tenha que se alimentar, enquanto ele só quer descansar. E… tudo bem!

Sendo ele o centro, algo muito valioso é perguntar a ele justamente o que é importante para ele nesse momento. Quais suas vontades? O que o deixa feliz e confortável? Pense que você também quer fazer todo seu possível pelo seu amado, e o melhor é o que ele precisa, o que ele quer.

Quer uma visita especial? Ficar mais sozinho? Precisa resolver alguma situação? Quer ficar no hospital ou na sua casa? O que ele gostava e que traz algum conforto ou alívio? Reduzir dores ajuda a viver esse momento melhor. Ter uma crença também traz sentidos que confortam. As suas vontades vão lhe trazer conforto. E, ele estando confortável, você também pode ficar!

Acompanhe os sentimentos que ele demonstra. É um momento único, cada pessoa terá sua maneira de enfrentar. E, de fato, só sabe quem vive e enfrenta. Não podemos querer tirar a tristeza ou medo, por exemplo, de quem está com esses sentimentos. Talvez seja parte do processo daquela pessoa e daquele momento. Mas podemos ajudá-la com “o que te deixa triste?” ou “como podemos juntos encarar o medo?”. A compaixão ajuda e conforta, nessa hora, muito mais que a repreensão ou desvalorização das emoções.

É muito importante enxergar o fim, mas aproveitar e viver ao máximo esse momento que, assim como cada dia, não volta. Estar presente. Ser presente. Ajudar a pessoa a buscar a sua paz e a descobrir o que realmente importa a ela. A morte pode estar chegando, mas ainda há vida!

Rafaele Danieli