manto de maria

Uma grande resposta de esperança

No último dia 15 de agosto, celebramos no mundo inteiro a ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA, data que é celebrada neste domingo no Brasil. Nós que temos como grande motivação da nossa missão LEVAR ESPERANÇA não podíamos deixar de falar desta data. Talvez você tenha chegado aqui pela palavra luto e nunca tenha ouvido falar na palavra Assunção; talvez já tenha ouvido falar, mas não tenha ideia do que se trata, mas, se sabe, pedimos que você ajude a levar a mais pessoas a importância deste grande acontecimento. Mais do que falar da ASSUNÇÃO, queremos falar neste texto também de Nossa Senhora, como a Mãe da Consolação e da Esperança.

Começamos falando então porque ela é Mãe da Esperança e da Consolação. Nossa Senhora foi aquela que acompanhou os passos de Jesus – pelo seu sim, gerou Jesus, Aquele que nos deu a Vida Eterna, sendo por isso, a Mãe da Esperança. Ela acompanhou Jesus até a sua morte de cruz, onde se tornou MÃE DA HUMANIDADE.  Por ela, somos cuidados. Maria, como mãe, não desejou a morte do seu filho, viu ele passar pelo flagelo e crucificação e conheceu o sofrimento de perder um filho, mas permaneceu obediente à vontade de Deus para que, da cruz, Jesus pudesse nos dar VIDA NOVA. Essa Mãe conhece a sua dor e, unido a Ela, você chega à Verdadeira Consolação – seu Filho.

Essa que permaneceu unida à vontade de Deus e acompanhou os passos de Jesus foi elevada ao céu, e a este acontecimento, chamamos ASSUNÇÃO – “…terminado o curso da vida terrena, foi elevada ao céu em corpo e alma e exaltada pelo Senhor como rainha, para assim se conformar mais plenamente com o seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte» (529). A Assunção da santíssima Virgem é uma singular participação na ressurreição do seu Filho e uma antecipação da ressurreição dos outros cristãos.” (CIC 966) Podemos dizer que celebrar a Assunção é celebrar a Esperança, pois Maria, após a ressurreição de seu Filho – Perfeito Homem, Perfeito Deus – é aquela que abre para toda a Humanidade as portas do céu.

É possível que você, que chegou a este texto, seja uma mãe que perdeu um filho e olhando para Nossa Senhora poderá aceitar o seu consolo, apresentar a Ela sua dor e pedir que Ela ensine você a Seguir. Pode ser que você seja um filho que perdeu uma mãe e, no colo dela, poderá encontrar apoio e segurança. Por fim, se você chegou aqui porque diante da morte procura explicações, temos na ASSUNÇÃO, UMA GRANDE RESPOSTA DE ESPERANÇA.

Deise Cristina Padilha
Comunidade Nos Passos do Mestre

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Homens também sentem suas perdas

E os homens: precisam ser fortes ou podem chorar?

Falaremos aqui de homem para homem. Mas as damas que queiram, fiquem à vontade para ler e, despretensiosamente, enviar este texto para aquele machão que segura suas emoções.

Já ouviste a expressão “homem não chora”, né? Tenho certeza que sim. Talvez tenha sido zoeira dos amigos, mas também pode ter sido uma dura cobrança dos familiares. O fato é que estas três palavras, assim como tantas outras, nos marcaram profundamente. Falo que nos marcaram, pois esse conceito do ser macho está intrínseco na nossa cultura. Tornou-se comum. Vem desde os primórdios da sociedade essa ideia de que o homem precisa ser sempre forte, até meio insensível, o solucionador de problemas que não demonstra fraqueza; fala de tudo que é externo, mas raramente permite falar de si. Mas já te digo assim, “na lata”: todo o homem é macho, mas nem todo macho é homem. Pois que homem consegue ser sempre assim? Até Jesus, que para nós é modelo perfeito de homem, chorou.

Amigo, talvez tu não sejas muito de falar e, quando falas, seja sobre futebol, política, trabalho, um bocado de outras coisas, tudo!, mas não dos teus sentimentos. Falar o que sente e demonstrar emoções não te faz menos homem, ao contrário: afirmam que existe uma forma masculina de viver nossa realidade humana, pois super-homens só existem na ficção. Lágrimas não tem sexo. Acreditar que nós homens não podemos chorar é negar nossa afetividade. Somos seres de afeto! Temos afeição por nós mesmos e pelo próximo. Podemos chorar de alegria e de tanto rir; deixamos escapar algumas lágrimas quando encantados com a beleza de uma música ou diante da lembrança que dá saudades; também choramos de raiva, de tristeza, de dor.

Diversos motivos nos fazem chorar, o que não quer dizer que choraremos o tempo inteiro. Mas em momentos que o coração aperta, que a angústia toma conta, e já não sou de falar o que sinto, mas dá aquele nó na garganta e estou para explodir, por que segurar tudo isso dentro do peito se as lágrimas lavam a alma?

Homens têm sentimentos e não há mal algum em expressá-los. Também sentimos nossas perdas. Também nos dói quando uma pessoa que amamos morre. Não choraremos para sempre, mas naquele momento diante da notícia trágica, ou durante o velório, até mesmo dias/meses depois quando a saudade bate, por que teimamos em querer parecer fortes e trancamos dentro de nós sentimentos que, quando externalizados e elaborados, nos trazem alívio e até consolo? Repito, não há mal algum em demonstrar que estás triste; conversar com alguém, falar como se sente, contar o quanto a pessoa faz falta e como dói sua ausência podem nos trazer paz, pois, ao mesmo tempo que honramos a memória de quem nos deixou, vamos pondo “pra fora” as tristezas que nos pesam e vamos reorganizando os sentimentos e as boas lembranças.

Talvez tu tenhas lido até aqui e ainda estejas relutante em falar e trazer à tona sentimentos difíceis, mas o que escrevi traz um pouco de mim: experiência de um cara que cresceu bastante sentimental, mas sempre quis cuidar dos outros, ignorando o que sentia, pois não podia perder a pose de “protetor” de todos, eu tinha que ser sempre forte. Até me esgotar. E daí não conseguir mais dar conta dos outros e nem de mim mesmo, e ter que reaprender, agora de uma forma mais assertiva, a ser “homem de verdade”. Perdas fazem parte da vida. E partilho contigo que, quando minha filha faleceu, chorei. Chorei muito. Chorei a dor da minha esposa e a minha própria dor com a ausência da nossa pequena Catarina. Eu falava com as pessoas sobre como estava me sentindo e como ainda doía. Por isso te digo: chorar alivia e falar cura.

Guilherme Teixeira

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Luto sem nome: como superar a perda de um filho?

Toda perda é um momento difícil. A morte de um ente querido nos trás muitos questionamentos sem resposta. Quando perdemos alguém muito próximo, como um filho, isso tudo vem com mais intensidade ainda. Não é difícil de entender porque perdemos o rumo da vida nessas circunstâncias. 

Alguns perguntam: como posso superar essa perda? Como viver assim? Como seguir em frente? Talvez, se substituirmos a palavra superar por viver, encontremos uma resposta. Aqui não se trata mesmo de superar algo, porque o luto realmente existe, a dor é real e a perda concreta. 

Sabendo que a vida é um dom que recebemos, só encontramos o verdadeiro sentido do nosso luto em Deus. Nossa dor só pode ser consolada por aquele que é o Verdadeiro Consolo. Em momentos como esse, costumamos não ver as coisas que estão bem à nossa frente e, por mais que alguém nos mostre, não enxergamos. Por isso, é tão difícil a nós que perdemos alguém ver a mão do Senhor a nos consolar todos os dias. 

Assim como a dor de quem perde é real, o consolo do Mestre também o é. Ele usa de muitos instrumentos para consolar: às vezes um amigo, um texto edificante ou até mesmo uma mensagem no celular. O importante é saber que não estamos sós em nosso luto. Sozinhos temos a tendência de paralisar na dor e acabar vivendo um ciclo sem fim. 

Conta o Evangelho de Marcos que o Mestre pregava em uma casa com tal multidão que não se podia entrar. Quatro homens desceram então pelo telhado um amigo paralítico para que o Senhor o curasse. O Mestre admirou-se do esforço daqueles homens e curou o paralítico. Às vezes precisamos da ajuda de amigos que nos levem até a cura. Isso pode se dar através de uma conversa, uma oração, um aconselhamento ou simplesmente um desabafo. Em tudo isso, o Senhor nos consola, e em muitas outras situações. Deixa que o Senhor te console!

Luiz Carlos Camargo